A terceira geração da linha Moto Z Play trouxe poucas novidades em termos de hardware, pelo menos em seu modelo mais simples, já que pela primeira vez teremos uma variante com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento nos intermediários da Motorola.

Buscando rivalizar com modelos como Galaxy A8 Plus, Zenfone 5 e Xperia XA2 Ultra, o Moto Z3 Play conta com a plataforma Snapdragon 636, que pode ser vista como uma versão mais simples do icônico Snapdragon 660, oferecendo núcleos Kryo e outras características que há pouco só tínhamos em dispositivos topo de linha.

De forma resumida, as especificações técnicas do Moto Z3 Play em sua variante mais simples incluem a plataforma Snapdragon 636 com oito núcleos a até 1,8 GHz, GPU Adreno 509, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno, expansível via microSD. Sua tela é Super AMOLED de 6 polegadas com resolução Full HD+ em proporção 18:9, e ele vem de fábrica com o Android 8.1 Oreo.

Mas será que que o chip mais potente conseguirá fazer com que o Moto Z3 Play supere seu antecessor em nosso teste de velocidade? Ou ele vai apresentar os mesmos problemas de gerenciamento de RAM que vimos em vários aparelhos recentes da marca, como Moto X4, Moto G6 e Moto G6 Plus? Vamos descobrir!

Começamos por nosso teste prático de abertura de aplicativos, onde vamos se o Moto Z3 Play é capaz de prover um desempenho bacana em multitarefas.

Nossa lista inclui alguns apps nativos e outros muito populares ou que demandam um tipo de esforço específico por parte do dispositivo, sendo usados aqui Relógio, Câmera, Galeria, Configurações, Facebook, WhatsApp, Chrome, Netflix, Spotify, Photoshop Mix, Pokémon GO e Asphalt 8.

Na primeira volta o Moto Z3 Play conseguiu ser pouco mais rápido que seu antecessor, precisando de 58 segundos e 72 centésimos contra 59 segundos e 61 centésimos do Moto Z2 Play.

Já na segunda volta tudo desandou completamente, e assim como vimos em vários outros modelos da empresa o Moto Z3 Play precisou recarregar boa parte dos aplicativos, levando mais 53 segundos e 87 centésimos pra voltar ao cronômetro, e marcando assim um tempo total de 1 minuto e 52 segundos.

Para efeito de comparação, o Moto Z2 Play precisou de apenas 1 minuto e 16 segundos para concluir nosso teste, enquanto o Zenfone 4 levou 1 minuto e 7 segundos e o Galaxy A8 precisou de 1 minuto e 24 segundos.

Tudo isso mostra que a Motorola precisa urgentemente resolver seja lá o que estiver pesando na multitarefa de seus aparelhos, já que desde o Moto X4 lançado no último ano que temos visto vários modelos da marca recarregando apps na segunda volta do nosso teste.

Isso significa que você pode precisar esperar alguns segundos a mais para voltar a ler aquela página web e ainda pode acabar perdendo o que estava vendo no feed do Facebook quando o app recarregar, o que não é nada conveniente.

Como ainda tem muita gente que leva como parâmetro de comparação os números alcançados em testes de benchmark, separamos também as quatro ferramentas mais populares do tipo para que você veja a marca atingida pelo Moto Z3 Play em cada uma delas.

• AnTuTu: 116.335 pontos
• GeekBench: 1.322 pontos (single core), 4.969 pontos (multi core) e 4.569 pontos (GPU)
• 3D Mark: 951 pontos (OpenGL ES 3.1) e 762 pontos (Vulkan)
• GFX Bench: 15 fps (Manhattan) e 35 fps (T-Rex)

Como esperado, o Moto Z3 Play apresentou pontuações que o colocam no mesmo nível de rivais como Galaxy A8 e Galaxy A8+, ficando abaixo daqueles com o Snapdragon 660 e bem acima dos que contam com o Snapdragon 630.

Isso reforça que ao menos em teoria o aparelho tem desempenho mais do que suficiente para rodar todos os apps e jogos da Play Store por algum tempo, sendo freado apenas pelo fraco gerenciamento de RAM por parte da Motorola.

Em nosso teste de execução de jogos usamos o GameBench para medir a fluidez, estabilidade e também o consumo de seis títulos, indo desde alguns mais simples como Clash Royale e Subway Surfers até outros mais pesados como Injustice 2 e Modern Combat 5. Caso esteja interessado na ferramenta, que é grátis e não precisa de root, é só acessar o card mais abaixo, e aproveite para conferir o tutorial de instalação que fizemos.

Como esperado, o Moto Z3 Play executou todos os jogos com a taxa máxima possível, o que demonstra que ao menos nesse quesito você não terá problemas com o aparelho por algum tempo. No caso do PUBG Mobile, é preciso destacar que o jogo ainda está em fase de testes, tendo seu framerate bloqueado para garantir uma maior estabilidade.

O Moto Z3 Play mostrou que em teoria é um bom sucessor para o Moto Z2 Play, conseguindo lidar com todo tipo de jogo com a performance esperada de um intermediário premium lançado em 2018.

Por outro lado, a Motorola aparentemente se perdeu no que diz respeito ao gerenciamento de RAM, jogando pela janela a fama de sua interface limpa e otimizada e entregando algo bem mais pesado do que o visual inspirado no Android "Puro" deixa transparecer.

Só podemos torcer para que a empresa reconheça o problema e arranje alguma solução, mas a chegada de uma versão do Moto Z3 Play com 6 GB de RAM prevista para acontecer em breve pode desencorajar muita gente de comprar a variante mais simples, pois a companhia poderia muito bem se acomodar e focar no modelo mais caro e completo.

E você, o que achou do desempenho do Moto Z3 Play? O problema no multitarefa te faz desconsiderar o dispositivo ou isso não importa tanto assim? Não esqueça de comentar abaixo!