Tech 25 Abr
Atualização (11/05/2021) por FM
O surgimento de variantes do coronavírus é, de fato, um dos grandes obstáculos para a recuperação dos sistemas de saúde nos países afetados. A cepa B.1.617, primeiramente identificada na Índia, foi abordada em coletiva de imprensa da Organização Mundial da Saúde na última segunda-feira (10).
De acordo com Maria Van Kerkhove, diretora técnica da OMS contra a Covid-19, a entidade considera a variante indiana como uma preocupação de nível global, visto que sua transmissão é mais acentuada e já foi detectada em pelo menos 17 países.
Recentemente, a Índia ultrapassou o Brasil em número de casos confirmados de Covid-19, contabilizando pouco menos de 23 milhões de casos registrado até a última segunda-feira. A variante B.1.617 apresenta mutações que potencializam sua transmissibilidade, sendo mais resistente aos anticorpos induzidos por vacinas ou contaminação natural.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, entretanto, afirma que a cepa não é unicamente responsável pelo crescente número de casos. As aglomerações voltaram a ser uma realidade em diversos países, desrespeitando as recomendações da organização e, para mais, o relaxamento da saúde pública foi dado muito rapidamente.
A desigualdade, ademais, também é apontada por Ghebreyesus como um agravo. "Países de renda mais alta representam 53% da população mundial, mas receberam 83% das vacinas mundiais. Em contrapartida, os países de renda mais baixa representam 47% da população mundial, mas receberam apenas 17% das vacinas mundiais", alertou o especialista.
Minha mensagem para os líderes é, use todas as ferramentas à sua disposição para reduzir a transmissão, agora mesmo. Mesmo que seu país tenha uma tendência de queda, agora é a hora de aumentar suas capacidades. E minha mensagem para os indivíduos é que cada contato que você tem com alguém fora de sua casa é um risco — o nível de risco varia de acordo com o tipo de contato, a duração do contato e o nível de transmissão onde você mora.
Tedros Adhanom Ghebreyesus
Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde
Com 1,36 bilhões de habitantes, a Índia é o segundo território mais populoso do mundo e conta com uma das maiores densidades populacional, com aproximadamente 413 habitantes/km². É válido ressaltar que o país é considerado o maior produtor mundial de vacinas e, desproporcionalmente, imunizou apenas 2% de sua população até o momento.
Texto original (28/04/2021)
A nova variante indiana do coronavírus foi identificada recentemente. A descoberta despertou ainda mais preocupação nos cientistas, e agora a OMS anunciou que a B.1.617 já está presente em, pelo menos, 17 países, o que mostra como ela pode ser ainda mais contagiosa. Confira agora os números detalhados.
A nova variante indiana do coronavírus chamada B.1.617 foi identificada inicialmente em mais de 1.200 sequências enviadas e listadas na plataforma GISAID por 17 países. A principal suspeita é que ela seja a responsável pelo crescimento acelerado de casos e mortes na Índia, que atualmente é o país com mais infectados pelo Sars-CoV-2 no mundo.
Dentre as sequências recebidas pelo GISAID, a maior parte delas foram enviadas da Índia, Reino Unido, EUA e Cingapura, além de Bélgica, Grécia, Itália e Suíça, onde a variante indiana também foi encontrada nos últimos dias.
Apesar do elevado número de casos, a OMS ainda ponderou dizendo que são necessários mais estudos para avaliar se a B.1.617 é realmente mais contagiosa, letal ou até pode ser resistente a vacinas já desenvolvidas.
Por outro lado, dada a situação complexa que a Índia está vivendo atualmente, a OMS ainda afirmou:
A B.1.617 tem uma taxa de crescimento mais alta do que outras variantes circulantes na Índia, sugerindo um potencial aumento de transmissibilidade.
Outro ponto importante é que muitos habitantes da Índia relutam em manter o distanciamento social e medidas de higiene eficazes contra o coronavírus, o que facilita a sua transmissão e a criação de novas variantes, afinal quanto mais ele se transmite, mais mutações o vírus sofre. 350 mil novos casos foram registrados no país somente na última terça-feira (27).
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