O novo Coronavírus (Covid-19) sofreu mutações na cidade de Manaus, capital do Amazonas, e criou uma preocupação global com a nova variante brasileira, que segundo estudos, possui uma taxa de transmissibilidade maior e pode se espalhar rapidamente pelo Brasil.

Chamada de Cepa P.1, a variante que surgiu na região norte já se espalhou para outros 18 países, que restringiram a entrada de brasileiros após identificarem a mutação. Desde então pesquisadores nacionais e estrangeiros iniciaram esforços conjuntos para identificarem os índices de contágio, letalidade e taxa de mutação.

Estudos assinados por mais de 30 pesquisadores - incluindo da USP, Unicamp e Oxford - indicam que os anticorpos presentes na corrente sanguínea daqueles que foram infectados pela Cepa comum do Sars-CoV-2 não possuem eficácia contra a nova variante, com isso a Cepa P.1 (que surgiu no Brasil) pode reinfectar quem já teve a doença.

Os cientistas também testaram a mutação do vírus com os anticorpos presentes no sangue dos voluntários que receberam a vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan. Os resultados decepcionaram: o imunizante possui baixa proteção contra a Cepa P.1.

Os testes foram realizados em apenas oito pessoas, por conta disso é provável que os especialistas irão realizar novas amostragens para comprovar a taxa de eficácia das vacinas existentes contra a nova variação do Coronavírus. Não podemos afirmar que a CoronaVac é ineficaz, embora os testes preliminares indiquem que o imunizante não apresentou uma taxa satisfatória de sucesso.

A Cepa P.1 possui uma taxa de transmissibilidade alta, reinfecta quem já teve contato com o vírus e pode substituir a variante que chegou no país em março de 2020, prejudicando ainda mais o sistema de saúde que já está beirando o colapso total. Atualmente o Brasil possui mais de 259 mil óbitos causados pelo vírus.

Em alguns municípios os hospitais relatam uma taxa de ocupação de 100% dos leitos de UTI disponibilizados para os pacientes do Covid-19. A situação está crítica em vários estados, dentre eles São Paulo, que anunciou ontem, quarta-feira (04), novas restrições para o comércio a fim de diminuir o número de casos que vem aumentando de forma desenfreada.

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