22 Setembro 2017
A tecnologia categoricamente oferece soluções incríveis que podem ser utilizadas para o bem, auxiliando positivamente os usuários neste mundo cada vez mais conectado e imerso no âmbito digital.
No entanto, ainda levando em consideração tal quesito e a relativa onipresença de aparelhos sofisticados, esta brecha viabiliza conceitos errôneos e gera certa controvérsia quanto à acessibilidade na Internet, afinal muitos usuários fundamentam o uso da rede em prol da busca por “reconhecimento”, embasado ao número de visualizações direcionadas para atos que em alguns casos aviltam a própria natureza humana.
Tais atitudes variam de acordo com cada pessoa online, em cenários que mostram atos de plena crueldade, até situações que evidenciam a dor inerente a uma pessoa, como foi a caso da menina de 12 anos que transmitiu o suicídio no YouTube e viralizou na Internet no início do ano.
Nesta semana um novo incidente ganhou destaque, desta vez na plataforma social Facebook, a rede social mais utilizada do planeta, que transmitiu em tempo real o estupro coletivo de uma jovem de 15 anos nos Estados Unidos.
De acordo com o Departamento de Polícia de Chicago, que investiga o caso atualmente, o ato de violência sexual envolveu um grupo de cinco ou seis homens, com cerca de 40 pessoas assistindo pelo Facebook Live sem comunicar as autoridades.
Os especialistas ressaltam que este é o segundo caso de violência transmitido pela plataforma social nos últimos meses em que a polícia de Chicago assumiu as investigações. No início do ano, quatro pessoas transmitiram ao vivo a tortura de um homem com deficiência mental, sendo devidamente detidas posteriormente. O porta-voz da polícia – Anthony Guglielmi – disse que o caso do menina foi comunicado pela mãe, na nota enviada diretamente ao superintendente Eddie Johnson na última terça-feira (21).
A mãe da jovem afirma que a filha estava desaparecida desde domingo e apresentou as imagens como prova do estupro.
O Facebook já foi alertado e obrigado a retirar as imagens da plataforma. A menina foi encontrada pela polícia e por ora continua passando por tratamentos médicos e já está reunida com a família.
Guglielme também ressalta que a jovem contou aos detetives que conhece ao menos um dos supostos agressores, mas não ficou claro qual o nível de proximidade entre eles. Até o momento, as investigações seguem com as coletas de depoimentos e nenhum dos responsáveis pelo vídeo em questão foi detido.
Em nota, Jeffrey Urdangen, professor de Direto na Universidade Northwestern, explica que não é ilegal assistir a vídeos como esse e não comunicar as autoridades, e diretamente o caso também não se enquadra com o crime de pedofilia, a não ser que os espectadores façam o download do material online.
O Facebook não quis se pronunciar oficialmente a respeito do último caso, mas reitera o compromisso da empresa com a segurança e privacidade na rede social.
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