Windows 13 Nov
A Microsoft apresentou ainda em outubro de 2015 os flagships Lumia 950 e Lumia 950 XL, além do modelo de entrada Lumia 550. Todos os três aparelhos vieram de fábrica com o Windows 10 Mobile em sua versão Threshold 2, conhecida pela numeração 10586.xxx, sendo assim os primeiros a chegar ao mercado com a versão da plataforma responsável por apagar o fiasco que foi o Windows Phone 8.
Alguns meses depois, e já quase um ano após o início do programa Windows Insiders, a Microsoft resolveu enfim liberar o update para dispositivos Lumia presentes na lista oficial de modelos elegíveis, fazendo assim com que o fatídico dia 17 de março ficasse marcado como a data oficial de lançamento do sistema.
Como vimos na época, gerou-se uma grande revolta pelo abandono da Microsoft a vários modelos importantes da linha Lumia, como o icônico Lumia 1020 e o intermediário Lumia 1320, já que a companhia havia anunciado durante o lançamento do programa de testes que todos os aparelhos com Windows Phone 8.x receberiam o Windows 10 Mobile.
Além disso, para atualizar os poucos modelos elegíveis ao Windows 10 Mobile era (e ainda é) necessário instalar o aplicativo Supervisor de Atualização, que realiza uma varredura em seu dispositivo e elimina arquivos desnecessários para liberar espaço para o update.
Devido a isso, a esmagadora maioria dos usuários sequer ficou sabendo da existência da nova versão, fazendo com que o sistema mantivesse uma taxa de adesão ínfima (algo que perdura até os dias atuais) e deixando todos que não atualizaram em um limbo, já que se nem a Microsoft manteve suporte para seus apps no Windows Phone 8 não seriam os demais DEVs a fazê-lo.
Passada a confusão, o que se viu foi uma espera interminável pela chegada de firmware atualizado aos dispositivos elegíveis ao Windows 10 Mobile, já que mesmo recebendo o update oficialmente os aparelhos apresentavam inúmeras instabilidades por contarem com um sistema não otimizado especificamente para seu hardware, algo especialmente danoso em modelos como Lumia 930 e Lumia 640 XL.
Some a falta de atualização para grande parte dos modelos vendidos com Windows Phone 8 ao desleixo com os que foram atualizados ao Windows 10 Mobile e a receita não poderia ser outra, com a plataforma perdendo de maneira vertiginosa toda a participação de mercado que a Nokia levou alguns anos para construir.
Para tentar reverter o quadro, a Microsoft reduziu drasticamente o valor de licenciamento da plataforma para companhias parceiras e também para a publicação de aplicativos na Windows Store, acreditando que com o lançamento de produtos "não-Lumia" e com os custos menores os desenvolvedores teriam uma maior confiança para investir no sistema. Receita para o sucesso, certo? Parece que não.
Mesmo com vários aparelhos lançados ao redor do mundo o Windows 10 Mobile continuou a "remar contra a maré", acumulando fracassos comerciais fosse na linha Lumia X50 ou em modelos de outras fabricantes, o que só fez com que sua imagem fosse ainda mais danificada com o público geral. Com isso, a Microsoft se viu obrigada a mudar completamente de rumo, visando o carente mercado corporativo com o anúncio do Elite X3 em parceria com a HP na MWC 2016.
Por incrível que pareça, nem mesmo o interessante flagship com diferenciais para o mercado corporativo conseguiu emplacar, sendo apontados como principais motivos o sistema instável, a versão ainda inacabada do Continuum e o fraco apelo para o público convencional, sendo um produto de nicho consideravelmente caro para a grande maioria dos consumidores e que falha em agradar o mercado ao qual se propõe.
Desde então, o único outro flagship lançado com Windows 10 Mobile foi o Alcatel Idol 4s for Windows, que teve sua venda fora dos EUA iniciada apenas recentemente sob o nome de Idol 4 Pro. Como o dispositivo conta com um conjunto muito mais atrativo para o público geral, ele é visto como o primeiro flagship lançado com a plataforma desde os Lumias 950 e 950 XL, sendo assim um divisor de águas para medir a popularidade do sistema no continente europeu.
Como ainda não tivemos um bom tempo do aparelho no mercado internacional não há como sabermos como o Idol 4 Pro se sairá na concorrência com outros flagships, porém ele aparece como uma boa opção para quem busca fugir do Android e não se identifica muito com a plataforma da Apple, prometendo ficar ainda melhor após o Creators Update que virá a público no próximo mês de abril.
Após o Creators Update, é dito que o Windows 10 Mobile passará por grandes reformulações, principalmente devido aos esforços da Microsoft em compatibilizar o Windows 10 com processadores ARM. Com isso, a companhia visa aumentar o apelo da Windows Store frente aos desenvolvedores, já que compatibilizando seus aplicativos com os chips ARM eles estariam levando-os agora também para notebooks e outros tipos de produtos, e não apenas para uma fatia ínfima de usuários em smartphones.
Outra aposta é a tão aguardada unificação do Shell, que supostamente seria concluída na atualização Redstone 3 do Windows 10 e daria margem para a criação de uma nova categoria de produtos, incluindo uma versão reformulada do Elite X3 e o "messias" Surface Phone. Caso isto se confirme, a Microsoft de fato terá a dianteira em um novo mercado de aparelhos 3-em-1, unificando a portabilidade do smartphone com a produtividade do PC e a versatilidade do tablet.
Como ainda não terminamos nosso curso de previsão do futuro, não há como sabermos se os planos da Microsoft para reverter a atual situação realmente darão certo, restando aguardarmos pelos próximos passos da empresa para ver se finalmente ela conseguirá emplacar um rival digno a Android e iOS, já que mesmo após mais de uma década tentando ela continua a fracassar no mercado mobile.
Texto por Wallace Moté
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