Apple 15 Abr
Esse 2020 está sendo um ano bem louco mesmo, não é? Além de toda a bagunça de uma pandemia, estamos em um ano que o flagship killer novo da OnePlus, o 8, chega por um preço mínimo de 700 dólares, ou 3700 reais, e o iPhone novo é lançado, sem platéias e aplausos, por 400 dólares, 2100 reais.
Quer saber um pouco mais qual é a do iPhone SE e se é interessante comprar um? Se você estiver preparado, vem com a gente nesse panorama do novo lançamento da Apple.
Esse preço bizarro tem um primeiro sentido simbólico. É o mesmo valor de lançamento do primeiro iPhone SE, lançado lá em 2016, uma eternidade no mundo da tecnologia. Ainda assim, é um valor surpreendente para um iPhone em pleno 2020, com smartphones inclusive da Apple batendo recordes de preço.
Aqui no Brasil ele também já tem valores oficiais, que começam em R$ 3.330 à vista podendo, dependendo do armazenamento e das prestações, chegar em R$ 4.500. Ainda é longe da realidade de muitas pessoas, mas é preciso dizer que é um iPhone novo com preço difícil de ser visto por aqui, ainda mais com o dólar passando de 5 reais.
E por que ele está "barato"? Um dos motivos é uma certa economia em P&D, a conhecida área de pesquisa e desenvolvimento, uma área das empresas que justamente trabalha nos aparelhos, planeja como eles vão ser e quais componentes terão, inclusive criando novos. Aproveitando muita coisa de outros aparelhos, você consegue ter um celular menos caro.
O iPhone SE aproveita o processamento do iPhone 11, a câmera do iPhone 8 e não precisou se esforçar muito para ter uma tela grande, com poucas bordas e um notch minúsculo. Sim, quem esperava a Apple diminuir o entalhe se surpreendeu com nenhum entalhe, e a volta de barras enormes acima e abaixo da tela. Isso também barateia o aparelho.
Alguns podem dizer que a Apple está sendo preguiçosa, principalmente quem curte mais tecnologia e smartphones. Mas isso importa para quem não quer um smartphone absurdamente caro e ainda quer um iPhone? É o iPhone mais barato em anos, pouca gente vai se importar com reciclagem de componentes.
Os fatores mais importantes para a maioria dos usuários estão presentes. Câmera boa, bateria (que com o processador A13 Bionic do iPhone 11 deve ir muito bem) e preço. E é iPhone, que também traz atualizações de software por mais tempo. Novidades e desempenho ainda mais veloz é para quem acompanha sites de tecnologia, soluções do dia a dia atraem o público geral.
E há mais fatores importantes. A volta do TouchID como leitor biométrico, que muitos preferem ao FaceID, proteção IP67, acabamento em vidro e alumínio, carregamento sem fio e algo que muitos sentem falta: tamanho. Não é o menor iPhone já visto, mas a tela de 4.7 polegadas deixa ele mais compacto que 90% dos smartphones lançados nos últimos meses.
Falando em tela, esse parece ser um dos maiores problemas aqui. Muita gente, inclusive quem acompanha o TudoCelular, reclama da definição das telas da Apple, que fica sempre ao redor de um HD+. Eles informam que é uma Retina, não a Liquid Retina do iPhone 11 e nem a Super Retina do iPhone 11 Pro, mas dizem que são os mesmos ppi de sempre e o mesmo brilho do 11, então nano deve perder muito.
Outra polêmica é a câmera. Com todo mundo, incluindo a Apple, partindo para um conjunto no mínimo duplo de câmeras, o iPhone SE é uma volta no tempo, trazendo apenas uma câmera. Mas ela afirma que pode fazer praticamente a mesma coisa de seus outros celular apenas usando aprendizado de máquina, será verdade?
O irônico disso é que ela vai justamente na mesma conversa do Google de dois anos atrás, que afirmava também que com software resolveria qualquer coisa que câmeras múltiplas faziam. E como sabemos que tudo o que a Apple faz vira tendência, será que veremos outras fabricantes correndo limar suas câmeras? Será que com a Apple dando a bênção, outras marcas vão parar de colocar câmeras que nem sempre adicionam e que estão lá só para fazer número?
De qualquer forma, perdemos a grande angular, que vem fazendo sucesso mundo afora, e também o Deep Fusion e o modo noturno. Compreensível, uma vez que tem que sobrar algo para o iPhone 11 vender. Na frontal, também sumiram os sensores especiais para não apenas cuidarem do FaceID, mas também para permitir aqueles efeitos especiais de estúdio. Mais uma vez, a Apple diz que está tudo bem, que inteligência artificial vai cuidar disso.
Algumas empresas já seguiam essa tendência de lançar um aparelho mais básico cheio de coisas premium. A Google é uma das que primeiro vêm a cabeça, e vai lançar seu Pixel 4a pelos mesmos 400 dólares usando um processador de celular intermediário. O Galaxy S10 Lite e o Note 10 Lite vão chegar aos Estados Unidos por 650 dólares.
Seu preço, ao menos no Brasil, entretanto, não é o suficiente para ficar mais barato do que topos de linha do ano passado, como um Galaxy S10 e até mesmo de um dos clássicos da Apple, o iPhone XR. Pelo preço deste último, muitos se perguntam se vale a pena investir em um celular como o iPhone SE.
A ideia da Apple é interessante. Poucas empresas até agora pegaram o caminho contrário do vertiginoso recorde de preços altos. A cada lançamento os números sobem e nos perguntamos onde isso vai parar. É engraçado ver a empresa que lança alguns dos aparelhos mais caros chegando com um dos mais baratos se pegarmos suas especificações. Será que ela vai ditar moda e outros lançamentos vão vir mais baratos?
Será que o iPhone SE vai ser o melhor budget phone de 2020? Será que vai ser o melhor compacto de 2020? No TudoCelular, muitos da equipe apostam que este vai ser um dos smartphones mais vendidos do ano, ainda mais com a economia prejudicada pela pandemia. Além disso, o iPhone SE foi um modelo querido por muitos, e trazê-lo de volta, assim como seu design mais conservador, é apostar em nostalgia do mesmo jeito que a Motorola fez com o razr.
A própria Apple ditou tendência em vários itens que vemos hoje. Módulo de câmeras grande, notch, preços caros. Não estou dizendo que foi a primeira nisso, estou dizendo que é ela quem transforma as coisas em tendência. Será que ela vai ditar tendência de novo revertendo essas coisas? Veremos mais smartphones sem notch?
Lá fora o preço é mais vantajoso que aqui, não dava pra esperar menos de uma Apple que no Brasil multiplica seus valores por muito mais do que o dólar. Mas, mesmo se você pudesse ir comprar lá fora – o que você não pode no momento – sairia por aproximadamente 2 mil reais. É um susto nas fabricantes que têm aparelhos que só fazem sucesso por causa do preço baixo. Agora, a Apple também oferece preço baixo. E aí?
Só não vamos esquecer que Apple é Apple, e o iPhone SE é um ponto fora da curva. Essa é a mesma empresa que vende as rodinhas do Mac Pro por 700 dólares.
E você? O que achou do iPhone SE? Acha que tem potencial para ser um dos mais vendidos desse ano e de outros? Pretende comprar um? Conta pra gente aqui nos comentários!
Comentários