Os Macs com Apple M1 chegaram ao mercado em novembro do ano passado, marcando o início da nova aposta da Apple em chips proprietários após anos de parceria com a Intel. Com elevado grau de otimização, as máquinas oferecem nível de desempenho elevadíssimo considerando as limitações da arquitetura ARM frente à x86, e chegam a se aproximar da performance vista em chips para desktop.

Tamanho potencial despertou o interesse de entusiastas, que buscam portar o Windows, considerando não haver mais o suporte ao Boot Camp, e distros Linux para o Apple M1. Enquanto a versão ARM do sistema da Microsoft já chegou a ser executada nos novos computadores da Maçã, ainda que por meio de virtualização, o Linux ainda buscava por mais apoiadores.

We had some spare time today so we ported Linux to the M1. Releasing tomorrow #fridayfun pic.twitter.com/dCrXApyKef

— Corellium (@CorelliumHQ) January 16, 2021

Isso acaba de mudar, graças à Corellium, empresa especializada em oferecer soluções de virtualização para dispositivos ARM. Utilizando seu Project Sandcastle, mesmo conjunto de códigos que permitiu a execução do Ubuntu 20.04 LTS em um iPhone 7, a companhia conseguiu portar o Linux por completo para a nova plataforma da Apple.

Além da interface gráfica completa, o port para o Apple M1 conta com suporte a uso do USB, I2C e DART, mas infelizmente ainda apresenta algumas limitações. Além de requerer um dongle USB-C para ter acesso à internet, não é possível utilizar aceleração de hardware. Ainda assim, os avanços são dignos de comemoração, considerando a velocidade com a qual o sistema foi trazido aos aparelhos: a equipe, com apoio de outros desenvolvedores, levou pouco mais de 5 dias.

Also Pongo now supports chain loading Linux thanks to @qwertyoruiopz and @never_released for their work.

— Chris Wade (@cmwdotme) January 20, 2021

Corajosos de plantão que querem arriscar executar o Ubuntu em seus Macs podem acessar o repositório do port realizado pelos desenvolvedores por meio desta página no GitHub. Como de costume, vale o aviso de que o processo requer conhecimentos bastante avançados de Linux.