Segurança 07 Abr
Um estudo já apontou hoje que a Coronavac é realmente eficaz contra a variante do coronavírus descoberta em Manaus, entretanto, já temos outra variante para nos preocuparmos, dessa vez de Minas Gerais, mais precisamente em Belo Horizonte e Região Metropolitana, onde foi encontrada uma nova cepa da COVID-19 com 18 mutações inéditas até o momento.
Segundo o G1, a descoberta feita pela Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, que comparou a nova variante com 85 genomas do coronavírus que já haviam sido sequenciados. Deles, 2 indicaram a nova cepa com as novas mutações que podem torná-la ainda mais contagiosa e fatal.
A pesquisa foi realizada em conjunto com o Setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Pardini, numa colaboração com a Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Prefeitura de Belo Horizonte.
A pesquisa concluiu que a nova variante tem alguns pontos em comum com a variante P1 de Manaus, P2 do Rio de Janeiro, B.1.1.7 encontrada no Reino Unido e com a B.1.1.351, encontrada no sul da África.
Renato Santana, virologista da UFMG, afirma ainda que a nova variante de BH ainda tem aspectos novos, indicando uma evolução delas por meio de mutações. Dentre as mutações semelhantes, algumas delas estão relacionadas a maior risco de morte como a presente na variante do Reino Unido, que a tornou 60% mais letal.
Segundo a pesquisa, é possível que a nova variante do vírus já esteja em circulação na região, visto que dois genomas identificados foram encontrados em pessoas de locais diferentes sem qualquer ligação entre si e que não realizaram viagens internacionais.
Ela tem mudanças nas mesmas regiões importantes que são identificadas pelos anticorpos neutralizantes produzidos pela vacina. Mas ainda é cedo para a gente dizer se tem algum impacto na eficácia das vacinas.
O virologista ainda afirma que é preciso se preocupar com a imunização no Brasil por conta desta nova variante, afinal ela pode reduzir a eficácia de certas vacinas. Entretanto, estudos mais aprofundados com amostras mais antigas serão realizados para saber quando a variante de BH surgiu e quais são as suas consequências no organismo humano.
Por fim, Renato Santana alerta que a circulação cada vez maior de pessoas sem proteção somente colabora para o surgimento de novas variantes:
Toda vez que o vírus se multiplica tem a chance de mudar. Nós temos que, cada vez mais, promover o isolamento social e aumentar a taxa de cobertura de vacinação.
Somente em BH foram encontradas 7 variantes em circulação em amostras recolhidas no período entre outubro de 2020 e março de 2021, mostrando que a circulação de pessoas no período de festas de fim de ano foi um fator que facilitou a transmissão do coronavírus e a sua mutação, resultado na variante encontrada hoje.
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