Oi 30 Jul
Na semana passada, este espaço explicou os impactos de uma possível compra da Oi pela Highline. Agora, chegou a hora de saber quais seriam os efeitos no caso de aquisição pelo consórcio formado por Claro, Vivo e TIM.
Com o contrato de exclusividade da companhia norte-americana expirado nesta segunda-feira (3), o grupo formado pelas três concorrentes quer ser o chamado stalking horse, para liderar a corrida pelo negócio. O Detetive TudoCelular explica melhor como será a divisão do trio se conseguir levar a Oi. Confira:
O primeiro ponto de ajuste seria na separação das frequências. A intenção é dividir de forma inversamente proporcional ao que cada provedora detém no momento. Pelas regras da Anatel, não é permitido passar de 35% da capacidade nas faixas menores de 1 GHz, nem acima de 30% entre as frequências de 1 GHz a 3 GHz.
Neste momento, principalmente após a compra da Nextel, a Claro é a que possui o maior espectro. Portanto, ela ficará com uma parte menor da propriedade da Oi. Já a TIM atualmente conta com uma faixa total menor, ou seja, ficará com um bloco maior. Por último, a Vivo contará com uma porção intermediária da faixa adquirida.
Método segue nos valores pagos
Na hora de desembolsar os valores, a divisão também aconteceria nos mesmos moldes da separação das frequências. Da proposta atual de R$ 16,5 bilhões, de acordo com a Exame, a TIM pagaria algo entre R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões.
Por outro lado, a Claro ficaria com a menor despesa financeira – como seria a operadora com o recebimento da menor parte de rede da empresa.
A divisão da base de clientes da Oi ocorreria de uma forma mais complexa, caso o negócio tenha andamento. O fatiamento deverá seguir a lógica do “inversamente proporcional”, mas com fatores adicionais.
Isso porque as diferenças regionais tendem a ser levadas em consideração na hora de saber para qual operadora cada usuário irá migrar, de forma a não gerar desequilíbrios locais no número de consumidores de cada.
Partilha por região
De acordo com as informações obtidas pela Exame, em todas as macrorregiões do país, a Vivo somente fica atrás no Nordeste, onde tem 48,7 milhões de clientes. Em outras palavras, a operadora do grupo espanhol Telefónica deverá ganhar a maioria dos clientes da Oi nesse local.
Já a TIM conta com menos usuários nas regiões Norte e Centro-Oeste – com um total de pouco mais de 33 milhões. Nesses locais, ela deverá ser a maior beneficiada na repartição, se a compra for concretizada. Por último, a Claro tem uma divisão consideravelmente menor no Sul – com cerca de 32 milhões de assinantes – e está próxima da TIM no Sudeste.
Cliente sem poder de decisão?
Ainda não há informações se o cliente poderia escolher para qual operadora ele gostaria de migrar. Ou, ao menos, enquanto houver “vaga” em determinada provedora para abrigar o consumidor, sem exceder o limite estabelecido.
Caso fossem todos os clientes de determinada região migrados para determinada operadora, seria simples de descobrir para qual as pessoas virariam clientes, uma vez que a mudança não teria opções. Como há essa margem de ser proporcional, a tendência é que as outras duas menos beneficiadas em cada região também recebam uma fatia dos clientes da Oi.
Diferente da Highline, o grande impasse aqui ficaria por conta de questões regulatórias, as quais poderiam gerar problemas concorrenciais. Não é uma novidade que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) observa com atenção os movimentos para a compra da Oi.
A depender da avaliação dos conselheiros do órgão, uma possível venda da operadora para o consórcio poderá resultar em um outro modelo de divisão ou até uma conclusão diferente da que se esperava.
Vale ressaltar que, apesar de a partilha planejada considerar equilíbrio entre o trio, a compra de uma rival com a importância da Oi resultará de qualquer forma em uma distância ainda maior de Claro, Vivo e TIM em relação a outras operadoras menores, como a também interessada Algar Telecom e outras provedoras locais.
E aí, você acredita que seria uma boa opção a Oi ser vendida para o consórcio de operadoras rivais? Compartilhe conosco a sua opinião!
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