Conforme previsão de especialistas, em quatro anos, 73% dos smartphones distribuídos mundialmente serão 5G. As operadoras de telefonia móvel já planejam extensivamente o processo de implantação da internet de quinta geração no Brasil, muito embora o edital do primeiro leilão só esteja programado para divulgação em agosto deste ano.

A Claro, Ericsson e Embratel criaram o primeiro campus conectado com 5G em São Paulo; a Vivo Empresas firmou parcerias e inaugurou espaço para desenvolvimento da rede.

E a TIM, que em testes já atingiu a maior velocidade de 5G “puro” no Brasil, acredita que a tecnologia de quinta geração será capaz de derrubar o custo da transmissão de dados, tornando serviços baseados no streaming de vídeo mais populares.

Renato Ciuchini, vice-presidente de estratégia da operadora, afirmou durante o evento online Streaming Brasil, do site Teletime, que o 5G será capaz de transformar as ofertas de pré-pago e planos controle, ainda que as inovações da tecnologia no momento ainda sejam apenas promessas. Segundo ele, há potencial para colocar dezenas de milhões de novos consumidores nos serviços de streaming através de novos planos do tipo.

Existem várias estratégias e modelos de rentabilização traçados pelas operadoras mundo afora, mas o casos de uso efetivados ainda são poucos. A aposta da TIM, portanto, recairá sobre a transmissão de dados, modelo já comprovado com o 4G.

O 5G permitirá entregar muito mais capacidade a um custo muito mais competitivo, e levar o vídeo para a base da pirâmide. [...] Vídeo consome muito mais dados, e o cliente da base consome só um terço do que consome o topo da pirâmide. Não está claro ainda, porém, qual o modelo de monetização desses serviços [de vídeo no celular]

Mas a TIM, diferente de outras operadoras, não pretende se posicionar como prestadora de serviços de TV por assinatura. Essa tendência de mercado já é clara, visto que 85% dos brasileiros internautas preferem conteúdo via streaming à TV aberta. O objetivo é fazer dos celulares uma central de conteúdos e aplicações, como explica Ciuchini:

Percebemos que o empilhamento de serviços reduz o churn [rotatividade de clientes]. A gente tem Netflix, Youtube Premium, Amazon. Queremos ser um distribuidor de conteúdo para nossa base de clientes, e dar todas as opções possíveis, pois isso resulta em lealdade maior do cliente.

O chefe de estratégia da TIM ainda falou sobre o Marco Civil da Internet, defendendo uma mudança na regra de neutralidade de rede. Segundo ele, o texto atual pode reduzir as ofertas das operadoras em relação a serviços inovadores, como realidade virtual e aumentada.

Isso aconteceria porque há um entrave regulatório no que tange ao slicing, a prática de fatiamento da tecnologia 5G que permite a criação de faixas de transmissão de dados de várias velocidades e com diferentes qualidades de serviço.

Quais suas expectativas em relação à implementação do 5G no Brasil? Conte nos comentários!