Economia e mercado 20 Nov
O governo dos Estados Unidos tem demonstrado preocupação com o avanço da Huawei no Brasil. Por isso, representantes da administração Trump tem aproveitado reuniões com autoridades brasileiras para fazer lobby contra a participação da chinesa no leilão do 5G.
A Anatel só deve realizar o leilão no segundo semestre do próximo ano, mas autoridades estadunidenses começaram a externar as suas preocupações sobre a segurança dos equipamentos da Huawei. Em conversas com representantes do governo Bolsonaro, eles alegam que Pequim pode usar a capacidade da fabricante para espionagem.
Segundo a Folha, em outra frente, os americanos fizeram chegar a auxiliares de Bolsonaro um recado muito claro: o aprofundamento da parceria na área de defesa depende de garantias de que as telecomunicações brasileiras são confiáveis.
A parceria de segurança com os EUA envolve a designação de aliado preferencial extra-Otan (Aliança do Tratado do Atlântico Norte) e o assunto é considerado prioridade pelo governo Bolsonaro. Isso porque, em tese, essa condição dá ao Brasil acesso privilegiado à cooperação militar e transferência de tecnologia.
Por outro lado, o governo chinês deixa bem claro que impedir a Huawei de fornecer equipamentos para operadoras brasileiras será considerada uma "ofensa grave". Caso isso aconteça, Pequim ameaça retaliar, travando o investimento de US$ 100 bilhões em infraestrutura no Brasil.
Para Pequim, o Brasil precisa adotar posição pragmática e não assumir lado na guerra comercial que trava contra os EUA. O governo brasileiro não comenta o assunto, mas representantes dos EUA trabalham para atrasar o leilão do 5G.
Isso porque as concorrentes da Huawei ganham tempo para alcançar o padrão tecnológico da chinesa, que recentemente enviou representantes para uma reunião com o presidente Bolsonaro.
Em nota, o governo estadunidense nega que esteja fazendo lobby contra a Huawei no Brasil. Mesmo assim, a missão diplomática ressalta as preocupações de segurança dos EUA em relação a chinesa:
Permitir equipamentos de telecomunicações chineses em qualquer ponto de uma rede 5G cria um risco inaceitável para a segurança nacional, infraestrutura, privacidade e direitos humanos
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