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Atualização (20/04/21) - JB
Pesquisadores do Instituto Gamaleya anunciaram nesta semana que a vacina Sputnik V tem eficácia de 97,6% contra a Covid-19 "no mundo real". O resultado do estudo foi divulgado após a avaliação dos dados de 3,8 milhões de pessoas.
O resultado foi alcançado após 3,8 milhões de russos receberem a primeira e a segunda dose da vacina.
Outro detalhe comentado pelos pesquisadores é que a nova taxa é mais alta que a de 91,6%, que foi publicada pela revista médica The Lancet no início do ano. Kirill Dmitriev, diretor do Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (RDIF), disse:
Esses dados confirmam que a Sputnik V tem uma das melhores taxas de proteção contra o coronavírus entre todas as vacinas disponíveis.
O laboratório também confirmou que a incidência de infecções foi calculada a partir do trigésimo quinto dia após a primeira dose da vacina, mostrando uma taxa de incidência de 0,027%.
Por outro lado, a incidência em adultos não vacinados durante o programa de vacinação da Rússia foi de 1,1%. O Instituto Gamaleya também prometeu publicar novos dados em uma revista médica no mês que vem.
Vale lembrar que a vacina russa é a grande aposta de muitos governadores brasileiros para ampliar a vacinação no país. Contudo, a Anvisa ainda não aprovou seu uso emergencial.
Texto original (02/02/21)
A vacina Sputnik V foi um dos imunizantes com o desenvolvimento mais rápido até o momento. Em dezembro, a Rússia afirmou que ela protegeu 100% dos usuários de casos graves e agora um estudo preliminar publicado na The Lancet confirma isso com uma eficácia de mais de 90% em casos comuns do coronavírus.
O estudo preliminar nos resultados da terceira fase de testes apontou que a eficácia geral ficou em 91,6%, já que contra casos graves esse índice foi de 100%, indicando que os vacinados somente desenvolvem a manifestação leve do coronavírus.
Os 19.866 participantes dos testes receberam duas doses com um intervalo de 21 dias entre cada uma. Desses, 14.964 receberam a vacina e 4.902, o placebo. Entre os vacinados, apenas 16 foram infectados, enquanto que o grupo de placebo teve 62 diagnosticados com coronavírus. O estudo continuará em andamento até atingir 40 mil participantes.
A eficácia entre idosos com mais de 60 anos foi um pouco maior: 91,8%. Além disso, foi mostrado que somente a primeira dose já foi capaz de proteger das manifestações mais graves da COVID-19, entretanto ainda são necessárias 2 doses para assegurar uma proteção eficaz.
Os efeitos colaterais registrados foram leves, a maioria deles relacionados à sintomas brandos de gripe, fraqueza e dor no local da injeção.
Estudos adicionais ainda estão sendo realizados para determinar a duração da proteção da vacina, comportamento dela em casos sintomáticos, uma vez que somente pacientes assintomáticos foram analisados por enquanto.
A Rússia afirma que pode entregar 10 milhões de doses do seu imunizante no primeiro semestre de 2021, mas está aguardando aprovação emergencial da Anvisa para iniciar os envios delas. Entretanto, é importante dizer que a agência somente permite distribuição de imunizantes previamente testados no Brasil.
Os testes devem ser realizados numa parceria com a União Química, que negocia com a Anvisa para início deles, que ainda não tem data para ocorrer, mas a empresa já enviou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal afirmando que tem capacidade para entregar 150 milhões de doses da Sputinik V até o fim deste ano.
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