No início da pandemia, houve muita especulação a respeito da possibilidade de ingestão de vitaminas ajudarem a manter a imunidade contra o coronavírus. Exemplo disso foi a vitamina D, que em março de 2020 foi apontada como eficaz na redução do risco de contágio pela Covid-19, mas meses depois outro estudo afirmou que o suplemento teria efeito contrário.

Agora, uma nova pesquisa divulgada no jornal científico BMJ Nutrition Prevention & Health indica que a suplementação de multivitaminas, ômega-3, probióticos e até mesmo a vitamina D podem diminuir o risco de indivíduos testarem positivo para o coronavírus, ao menos entre mulheres. No entanto, vitamina C, zinco e alho não estão associados ao baixo risco de contaminação pela Covid-19.

O estudo foi conduzido a partir do acompanhamento de usuários adultos do aplicativo "Covid-19 Symptom Study" (Estudo de Sintomas Covid-19) para ver se ingestores regulares de suplementos eram menos propensos a testar positivo para o coronavírus.

O app foi lançado no Reino Unido, Estados Unidos e Suécia em março de 2020 para coletar informações relatadas pelos próprios usuários a respeito da evolução da pandemia. Inicialmente, o aplicativo gravava apenas localização, idade e principais fatores de risco à saúde.

Depois, novos tipos de informações passaram a fazer parte das atualizações diárias, tais como sintomas, resultados de testes de Covid-19, assistência médica no geral e mais. Indivíduos com e sem sintomas foram encorajados a utilizar a aplicação.

Para chegar a uma conclusão, os pesquisadores analisaram informações fornecidas por mais de 372 mil usuários ingleses a respeito da frequência de ingestão suplementos dietéticos e possíveis resultados de testes de coronavírus ao longo de maio, junho e julho de 2020, isto é, durante a primeira onda da pandemia.

A ingestão de probióticos, ácidos graxos de ômega-3, multivitaminas ou vitaminas D foi associada a um menor risco de infecção pelo coronavírus em 14%, 12%, 13% e 9%, respectivamente, após contabilizar fatores potencialmente influentes, incluindo condições de saúde e dieta habitual.

No entanto, as associações protetoras para esses mesmos nutrientes foram observadas apenas em mulheres de todas as idades e pesos. Essas ligações não foram encontradas nos usuários masculinos.

Vale notar que esse é um estudo observacional, portanto, não pode estabelecer causa. Os pesquisadores também reconhecem várias limitações, incluindo que o estudo se baseou em dados autodeclarados. Além disso, informações sobre doses ou ingredientes suplementares não foram consideradas.

Ainda assim, de acordo com os pesquisadores, embora os efeitos observados tenham sido modestos, eles foram significativos. O objetivo agora é realizar ensaios clínicos para informar recomendações terapêuticas baseadas em evidências.

Você faz ingestão de vitaminas com frequência e teve coronavírus? Conte sua experiência nos comentários!