Tech 29 Jul
Ao passo que o cronograma de vacinação avança nos estados brasileiros, cientistas buscam formas de tornar os compostos mais eficazes e capazes de produzir a melhor resposta imune possível, especialmente em função da ascensão de variantes responsáveis pelo aumento da transmissão do coronavírus.
De acordo com um estudo conduzido por especialistas da Universidade de São Paulo (USP) publicado na última terça-feira (11), um dos meios de potencializar o efeito das vacinas no sistema imunológico é a atividade física.
Conforme apontado pelos responsáveis, pessoas fisicamente ativas tendem a apresentar melhor produção de anticorpos induzidos pelo imunizante, independente de fatores biológicos e fisiológicos, como a idade, sexo e uso de drogas imunossupressoras.
O estudo foi elaborado com 1.095 voluntários imunizados com a CoronaVac — vacina que pode passar a ser testada em crianças e adolescentes sob autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) — entre fevereiro e março deste ano na cidade de São Paulo. Os pesquisadores analisaram, em laboratório, a resposta imune produzida.
Os dados mostraram que indivíduos fisicamente ativos — incluindo exercícios passivos, como se deslocar a pé, realizar tarefas domésticas, consertos e outras atividades — apresentaram produção mais satisfatória de anticorpos para o SARS-CoV-2 e os chamados anticorpos neutralizantes, responsáveis por impedir a entrada do vírus na célula humana.
Bruno Gualano, professor na Faculdade de Medicina da USP, explica em entrevista que as respostas mais consistentes foram observadas em pessoas que praticavam atividades físicas diariamente por pelo menos 50 minutos, mas realizar o mínimo de exercício já é suficiente para produzir uma resposta positiva.
A “resposta positiva” foi considerada quando os pacientes apresentassem 15 unidades arbitrárias (UA) de anticorpos por mililitro de sangue e ao menos 30% de inibição da ligação entre o vírus e a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), presente nas células humanas e responsável por possibilitar a entrada do vírus.
Os especialistas afirmam que, embora o estudo abranja apenas os indivíduos vacinados com a CoronaVac, efeitos semelhantes devem ser observados nos outros imunizantes disponíveis no Brasil — além do mencionado, a CoviShield (Oxford/AstraZeneca), Cominarty (Pfizer/BioNTech) e a fórmula de dose única produzida pela Janssen.
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