Economia e mercado 15 Jan
Atualização (15/01/20) - JB
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou o seu perfil oficial no Twitter para criticar a Apple. Isso porque a empresa novamente se recusou a ajudar o FBI no desbloqueio do iPhone utilizado por um terrorista no ataque a Base Naval de Pensacola, na Flórida.
Segundo Trump, a gigante de Cupertino constantemente recebe ajuda do governo em disputas comerciais e em outras questões. Mesmo assim, a companhia ainda se recusa a desbloquear aparelhos de criminosos. O tuíte do presidente segue na mesma linha adotada pelo procurador William Barr.
We are helping Apple all of the time on TRADE and so many other issues, and yet they refuse to unlock phones used by killers, drug dealers and other violent criminal elements. They will have to step up to the plate and help our great Country, NOW! MAKE AMERICA GREAT AGAIN.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 14, 2020
Estamos ajudando a Apple o tempo todo no comércio e em muitos outros problemas, mas eles se recusam a desbloquear telefones usados por assassinos, traficantes de drogas e outros criminosos violentos. Eles terão que avançar e ajudar nosso grande país. AGORA! FAÇA A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE.
Em uma coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira, o procurador Barr não poupou críticas à Apple e apelou para que a empresa colaborasse com as investigações. Pouco tempo depois, a companhia se manifestou afirmando que já entregou todas as informações que possui ao FBI.
Contudo, a companhia foi bem clara ao afirmar que seu software não tem “backdoors” para autoridades. Até o momento, a Apple não se manifestou sobre o tuíte de Trump. De toda forma, o presidente alfinetou a empresa em um ponto crucial.
Isso porque a administração Trump realmente ajudou a Apple ao isentar os dispositivos da empresa de tarifas mais altas cobradas durante a guerra comercial contra a China.
Texto original (14/01/20)
Conhecida pelas suas constantes disputas com o FBI, a Apple mais uma vez virou alvo de autoridades dos Estados Unidos. Isso porque a empresa novamente se recusou a desbloquear o iPhone de um homem responsável pelo atentado terrorista em uma base naval do país.
O caso aconteceu no fim do ano passado na Base Naval de Pensacola, na Flórida. O suspeito, Mohammed Saeed Alshamrani, usou uma pistola para disparar contra 11 pessoas e foi rapidamente morto por um militar e um policial. A ação deixou três mortos e oito feridos.
Em uma conferência de imprensa, nesta segunda-feira (13), o procurador geral, William Barr, e o vice-diretor do FBI, David Bowdich, não pouparam críticas à Apple:
Pedimos ajuda à Apple diversas vezes para desbloquear o iPhone do atirador. Até agora, a empresa não nos deu assistência substantiva. Essa situação ilustra perfeitamente porque é importante que investigadores possam colaborar com empresas de tecnologia.
O procurador geral também estendeu o seu apelo para outras gigantes tecnológicas, uma vez que a cooperação é necessária para investigar a causa do atentado e até mesmo rastrear ligações com outros terroristas:
Apelamos à Apple e outras empresas de tecnologia para nos ajudar a encontrar uma solução para que possamos proteger melhor a vida dos americanos e impedir futuros ataques em nosso território.
Por enquanto, a Apple não respondeu aos apelos do procurador. De toda forma, a companhia sempre alega que não é possível desbloquear o iPhone. Além disso, a gigante de Cupertino já afirmou em casos anteriores que essa colaboração com as autoridades poderia abrir brechas para a quebra da privacidade dos seus usuários.
Vale lembrar que o FBI já conseguiu desbloquear o iPhone de um atirador da Califórnia. Para isso, as forças de segurança contrataram uma empresa especializada de Israel.
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