31 Agosto 2016
A Apple pode ser a próxima a enfrentar dificuldades de suprir a demanda de um smartphone pouco tempo depois do lançamento. Depois da procura pelo Galaxy Note 7 ser maior do que a Samsung esperava, causando atraso no lançamento em algumas partes do mundo, incluindo o Brasil, o iPhone 7 deve ser outro aparelho a estrear com poucas unidades disponíveis para o consumidor, segundo fontes da indústria.
O problema está relacionado à baixa produção de algumas fornecedoras da Maçã, aliado a uma postura conservadora da companhia ao fazer os pedidos de componentes. Enquanto algumas fabricantes não conseguiram suprir com a demanda, a própria Apple diminuiu os pedidos, o que deve resultar em menos dispositivos fabricados até o lançamento.
Dois dos componentes mais problemáticos seriam o alto-falante à prova d’água e o sensor duplo da câmera - este segundo, um dos principais chamativos da versão Plus. Novidades nos modelos 2016 do iPhone, os fornecedores tiveram problemas com a produção, o que resultou em baixo rendimento. O analista de investimentos Jeff Pu acredita que a questão ainda está longe de ser resolvida, o que significa que o número de unidades produzidas da nova versão será menor que a de seu antecessor.
Nós estimamos que o número total de iPhone 7 construídos seja de 74 milhões na segunda metade de 2016, comparado com 84 milhões do iPhone 6s na segunda metade de 2015. Junto com a pressão de preços, achamos que a maioria dos fornecedores da Apple terão receita menor (comparado ao ano anterior) para o resto do ano, escreveu Pu.
Uma fonte da indústria já foi mais direta, se mostrando pessimista com o lançamento do novo iPhone. De acordo com ela, “se a Apple mantiver a agenda de lançamento do ano passado, pode não haver oferta (de iPhone 7) suficiente no início”. O iPhone 6s foi anunciado em 9 de setembro de 2015, e as vendas começaram em 25 de setembro em 12 regiões. De acordo com Evan Blass, o início das vendas este ano deve ser em 16 de setembro, data para a qual ele se diz “muito confiante”.
Queda nas vendas
O iPhone mostrou queda nas vendas pela primeira vez no primeiro trimestre deste ano, fato que se repetiu nos três meses seguintes. Pela primeira vez em treze anos, a Apple mostrou declínio nas receitas em dois trimestres seguidos. Isso deve ter contribuído para a postura conservadora na hora de fazer os pedidos de componentes para o seu próximo lançamento.
Além do mais, espera-se que a companhia aumente o ciclo de grandes atualizações em seu smartphone de dois para três anos, o que deve diminuir ainda mais o número de unidades vendidas. O mercado de aparelhos celulares inteligentes também está pessimista, com previsão de crescimento de apenas um dígito para este ano, reflexo de uma série de fatores, entre eles o menor número de pessoas trocando de aparelho anualmente.
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