Tech 26 Mai
Os estudos mais recentes comprovam que diversos medicamentos usados no tratamento precoce da Covid-19 são ineficazes, levando cientistas a depositarem sua aprovação em vacinas e medidas preventivas para enfrentar a letalidade do patógeno.
Por outro lado, os pacientes já contaminados não podem ser vacinados para evitar a sobrecarga do sistema imunológico. Essa limitação levou cientistas a descobrirem uma droga potencialmente eficaz para o tratamento da doença causada por todas as variantes do coronavírus.
A pesquisa foi elaborada na Universidade da Pensilvânia, e observou que as partículas do coronavírus são capazes de se esconder entre as células do corpo, atrasando o reconhecimento e ação precoce do sistema imunológico nativo dos pulmões.
Liderado por Sara Cherry, professora de Patologia e Medicina Laboratorial da Penn Medicine, um grupo de especialistas analisou os efeitos da droga diamidobenzimidazol-4 (diABZI-4). Essa substância é um agonista ainda não aprovado pelo órgão regulador dos Estados Unidos, mas já é testada em tratamentos contra diferentes tipos de câncer.
Ao administrar o diABZI em roedores infectados pelo SARS-CoV-2 e algumas variantes, incluindo a cepa B.1.351 detectada na África do Sul, os especialistas observaram que a droga produziu efeitos positivos ao estimular a produção de interferons — células de nome sugestivo que "interferem" na replicação de patógenos e estimulam a defesa de outras células.
Os camundongos tratados com o diABZI apresentaram menor perda de massa corporal em relação às cobaias de controle, além de apresentar cargas virais significativamente reduzidas em seus pulmões e narinas, fundamentando que a droga pode atenuar a letalidade do vírus.
Agora estamos testando esse agonista STING contra muitos outros vírus. É muito importante lembrar que o SARS-CoV-2 não será o último coronavírus que veremos e precisaremos de proteção.
Sara Cherry
Professora de Patologia e Medicina Laboratorial da Penn Medicine
O termo "STING" ao qual Cherry se refere é uma classe de proteínas estimuladoras dos genes codificantes de interferons. De acordo com os especialistas, outras nove substâncias de ação semelhante foram testadas nos mesmos ensaios, mas possuíam baixa potência em relação ao diABZI.
A professora deve liderar novos estudos sobre o medicamento durante os próximos meses, incluindo testes para analisar a eficácia em outras doenças. Por ora, nenhuma outra substância — senão as vacinas — são capazes de prevenir a infecção ou agravamento de casos da Covid-19.
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